Cadê Godot, afinal?
E agora, Godot?
E agora? Como se resolveu Beckett com Godot?
Não sei. Não se resolveu. Godot continua uma incógnita, a busca do homem pelo não achado.
Pode parecer louco, mas é assim mesmo.
A curiosidade, o mistério, o nada, o niilismo abunda na linha de raciocínio de Beckett, melhor, de Godot… que se finge de existente, mas não se mostra.
A questão se levanta da mesma forma que o gato de Schrödinger.
Tá bom, tá bom, meu conhecimento sobre esse gato é ínfima, nem soletrar o nome dele direito eu sei. Só me pareceu uma questão levantada a propósito de ninguém responder mesmo. Que nem “no meio do caminho tinha uma pedra” do Drummond, para irritar mesmo… e não fui eu que falei, foi ele mesmo, então, exatamente por isso há milhões de respostas.
Claro que tudo pode ser associado à física quântica, como sugere o gato ou à passividade humana, como sugere Beckett com Godot.
Ninguém nunca sabe nada e por incrível que pareça não há resposta mesmo. Quer dizer: há um monte de respostas… sim… paradoxalmente, sim. O legal é você observar a prolixidade de questionamentos e possíveis respostas para isso.
Acho que já li, assisti à peça, mas nunca fiquei sabendo da solução de Beckett. Acho que ele não quis dar solução mesmo, só levantar questões. E conseguiu mesmo; o homem já é defunto há tempos e continuam pesquisando onde está Godot.
Logicamente muitas interpretações foram dadas, mas minha alma sempre me avisa… -“tome cuidado com interpretações”.
Quero eleger Beckett como patrono para meu conhecimento, mas fico em dúvida… gosto de Edgar… o Alan Poe, Kafka, Camus, até dos menos famosinhos, Miguel De Unamuno, Humberto Eco, etc.
Por quê, teatro do absurdo? Godot era um personagem oculto de Beckett. Fazia e faz o papel da interrogação, da dúvida, questiona lealdade, fidelidade, responsabilidade, conhecimento, questiona principalmente a sanidade humana, onde o discurso com ou sem sentido justifica atos, sejam eles produtivos ou não, bons ou ruins. Amigáveis ou belicosos.
Bem, ainda corremos o risco de Samuel Beckett estar rindo, lá onde está, olhando para nós aqui, os pretensos intelectuais. Assim como Drummond com sua maldita pedra no meio do caminho quis gerar polêmica e conseguiu, Beckett, com muitas gargalhadas, ainda diz para São Pedro… — Nem eu sei onde está Godot! Por que eles querem tanto achar que eu tinha alguma intenção de contar??
Glossário:
Incógnita: Aquilo que se desconhece e se busca saber, segundo o dicionário. No caso de Godot acho que foi uma armadilha…
Godot — personagem fictício de Samuel Beckett, tornado famoso no denominado teatro do absurdo, onde todo mundo fazia peças com começo, meio e fim e Beckett ousou fazer uma meio “nonsense”, embora os questionamentos que ele levanta, são sempre relativos à índole humana.
Samuel Beckett: Autor de “Esperando Godot” escrita primeiramente em francês, e outras peças mais. Nascimento: 13 de abril de 1906, Foxrock, Irlanda — Falecimento: 22 de dezembro de 1989, Paris, França.
Teatro do absurdo — Obras focadas em questões existencialistas e tentavam expressar o que acontece quando a existência humana é tida como sem sentido ou sem propósito, resultando na “dissolução das comunicações”. Definição da Wikipédia. Aspas minhas.
No entanto, minha definição vai contra isso. Nunca vi tanta “comunicação” como a que acontece entre Estragon e Vladimir no texto de Beckett, ainda mais quando estão “esperando Godot”. Se o dicionário definisse como “emporcalhamento das comunicações” ao invés de “dissolução das comunicações”, eu concordaria.
Niilismo — visão cética radical e sobretudo pessimista em relação às interpretações da realidade, que aniquila valores e convicções. Definição da Wikipédia.
Eu perguntaria: Impedir o humano do direito de contestação?
O gato de Schrödinger — O Gato de Schrödinger é uma experiência mental, frequentemente descrita como um paradoxo, desenvolvida pelo físico austríaco Erwin Schrödinger, em 1935. A definição é tão telúrica, estratosférica, agnóstica, entusiasta, “etc” e tal que você pode concluir o que quiser daí, não sendo um expert no assunto. Por isso paro aqui!
Edgar Allan Poe, Kafka, Camus, Miguel De Unamuno, Humberto Eco — escritores deprimidos (o Edgar, mas adoro seus contos), amalucados (Kafka, mas gosto muito de suas maluquices), acadêmicos, filósofos, filólogos, dramaturgos, (Humberto Eco — em O Nome da Rosa) “etc” e tal.
Física quântica — Assunto pertencente à classe privilegiada de raciocínio que, certamente, usa mais de 10% do potencial do cérebro. Não é o meu caso.
Drummond: é aquele chato da “pedra no meio do caminho”, cuja música atribuída ao poema tem uma nota só. Eu li, em algum lugar, que ele, entrevistado, disse que realmente fez o poema para causar polêmica mesmo… e acertou, pois até hoje há louvores e menosprezos sobre o dito cujo.

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