Gravidade, destruidora de Ilusões.
Foi me dito, por amigos, que eu tinha bônus na vida e acreditei, achei aconchegante a ideia que alguém ou algo mais me via, me enxergava aqui nesse planetinha… ou fora dele, né?
Foi numa dessas arrogâncias que me vi rolando morro abaixo, numa descida catastrófica. A lembrança seguinte é, ainda cuspindo os matinhos da boca, viro para o lado, tonteada, e vejo meu pai correndo, descendo também, só que em pé.
Pensei………….
Por que eu não consegui descer em pé, que nem ele? Não sei…
Ele já tinha uma barriguinha pronunciada e adorava uma camisa de cambraia branca.
Ela, a barriguinha, vinha chacoalhando, correndo atrás de mim. Logicamente, depois que consegui parar.
Para dizer a verdade, não consegui parar, no estrito senso da palavra… eu havia chegado num lugar plano, portanto não tinha mais para onde ir. Gravidade já tinha cumprido sua missão.
A ideia inicial, na minha cabeça desmiolada, veio quando vi pessoas descendo morro abaixo, em correria.
Observei bem… elas se inclinavam para trás e, mantendo a inclinação, desciam morro abaixo. Ninguém rolava… como eu!
A sensação que eu tive era muito boa. Vento no rosto, aceleração constante, mantendo-me ainda na vertical, chegada triunfante no planalto abaixo, melhor dizendo, planície.
Doce ilusão… nos primeiros passos, posso concluir agora, que a inclinação não foi suficiente. Sucumbi à gravidade, enrolei-me e direto, morro abaixo!
Não me lembro do percurso, só me lembro da chegada. Ainda viva.
Foi quando comecei a aprender que meus cálculos nem sempre eram corretos. Que eu não tinha capacidade de analisar todas as variáveis.
Lógico que não pensava com as palavras acima, isso é o que imagino hoje. A aprendizagem veio a médio e longo prazo, depois de algumas outras artes que inventei, tentando ainda provar que eu tinha razão (a famosa teimosia).
Meus neurônios, carinhosamente nomeados pelos meus filhos de Tico e Teco (sim, os esquilos) eventualmente faziam sinapse, eventualmente não!
De certa forma, pensando agora na minha teimosia e tentando achar o lado positivo das ocorrências, acho que isso me ensinou muito.
Como disse um dia, alguém para mim… “Esse mundo não foi construído para pessoas diferentes; só se adaptam a ele pessoas iguais que se comportam dentro de determinados contextos.
Não sendo um “igual”, você vira pária”, mas eu completo, dizendo que os párias é que constroem alternativas e variações de um mesmo tema.
Os párias tornam o mundo “sui generis”.
A descida catastrófica do morro agora virou mais um bônus.
PS: Estou muito curiosa para saber a quem, ou a quê, devo agradecer…

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