Insidiosa A Teia Da Ansiedade.

Insidiosa a teia da ansiedade.

O inesperado que nos surpreende. Não necessariamente trazendo alívio e alegria, muitas vezes trazendo pavor, horror e dissabor.

Superando todos os medos ou sucumbindo a todos eles, o fenômeno da ansiedade e do pavor supera tudo o que pode haver de são, no contexto convencional.

Afinal, o que estou falando?

Estudos provam, pesquisadores pensam, cientistas acham, especialistas dizem e por aí afora, que, as coisas são assim, porque, isso, aquilo, aquilo outro.

Geralmente uma relação simplória de causa e efeito. Dois parâmetros definidos, sabe-se lá como mas que dão a ideia de que é algo que existe. E pode ser que exista, mas…

Geralmente o que mais busca o ser humano é explicação… e além da explicação, que ela seja dentro do nível entendido por aquela população, ou aquela cultura… pelo menos na média.

Quando a explicação é aceita ela traz alívio imediato. É uma “faca de dois gumes”, com certeza… traz alívio e trava o raciocínio para qualquer novidade, aprendizado.

Nada quer dizer nada, se não for concebido dentro de um acordo comum da língua, dos sentidos, das expectativas das pessoas de determinado lugar.

Isso explicado, satisfeitos aqueles desejos, as pessoas sorriem, felizes com o sentido que supõem que exista para suas vidas.

Então, dentro de um quadro de insatisfação, há um remédio imediato: A EXPLICAÇÃO. Obs. aos ansiosos… não é solução exclusiva tá? É UMA das… possíveis.

O que acalma um ser num quadro de ansiedade?

Vejamos. EXPLICAÇÕES.

Investido de autoridade uma pessoa pode participar, ajudar ou piorar tais quadros.

Lógico que o investimento de autoridade é dado pelo outro, o ansioso. Ele tem que ter dado credibilidade para que a autoridade tenha sido eleita como tal.

O que um ansioso é capaz de relatar depois de vencida a ansiedade, muitas vezes, é inacreditável, muitas vezes é hilário.

Aconteceu, acredite.

As explicações do ansioso, no decorrer do processo…

– Enquanto eu ouvia que a ambulância estava sendo chamada, minhas mãos curvadas em forma de bola, rezando para jesus não me levar, porque ainda tinha muito o que fazer, meus pensamentos foram…

– Minha mão está travada, meu maxilar está travando, estou usando lente. No hospital vão tirar e jogar fora, elas custam caro, como vou fazer?

– Deveria ter lavado meu cabelo hoje cedo. E agora, quando vou poder lavar? Meu cabelo, preciso pintar, tinha planejado isso essa semana.

-Meu prazo, preciso entregar o trabalho no prazo. Ainda tenho X tempo para sincronizar as vozes. Precisa dar tempo. Preciso voltar logo do hospital.

– Minha garganta travando, dificuldade de engolir. O que vai acontecer com os que ficarão aqui? Minha mãe e meu irmão… como eles vão ficar sem mim?

-Precisava lavar o cabelo antes de ir. E pintar…

-Não pintei minhas unhas, como isso vai ficar?

Foi o que me foi contado, depois de uma trégua na ansiedade da pessoa que estava vivendo um inferno de sintomas, e que muitos desses sintomas se tornaram físicos… é verdade.

Rimos muito juntos depois que passou, mas era verdade. O ansioso, mantém a ansiedade, alimenta, mesmo quando está tentando se livrar dela. O paradoxo personificado.

É difícil definir onde começa a mudança, onde o ansioso luta para manter o quadro.

Começa a parecer um “modus vivendi” desejado… só que não. Sei que está confuso, mas acho que é assim.

Acho que agora, devo acrescentar que buscamos uma explicação para sossegarmos sobre uma ansiedade. Mas tem que ser uma explicação que eu compreenda, depois de eleger alguém com autoridade.

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